Transtorno de ansiedade
Os Transtornos de Ansiedade são frequentes na contemporaneidade. É possível que você já tenha escutado os termos: Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno de Ansiedade Social, Transtorno de Pânico... que são alguns dos transtornos de ansiedade listados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-V. Mas toda experiência de ansiedade será percebida como um transtorno? Quando devemos nos atentar e buscar os cuidados necessários?
Uma pessoa vive a ansiedade quando imagina – ainda que às vezes nem se dê conta disso explicitamente – que pode não ter capacidade ou recursos para manejar determinada situação. Se ela confia plenamente em seu autossuporte e no suporte ambiental do momento, pode correr o risco e crescer, assim temos a ansiedade existencial. Se ela se retrai em demasia, se evita por um longo período essa responsabilidade inerente ao crescimento e à autoatualização, pode entrar num impasse que é característico da ansiedade disfuncional.
Então, podemos afirmar que a ansiedade é algo inerente ao homem, contudo a depender da forma de enfrentamento da situação, dos contextos ambientais apresentados e dos recursos pessoais presentes, ela pode tornar-se disfuncional e gerar o adoecimento mental, causando algum transtorno de ansiedade.
E como identificar se a ansiedade está sendo experienciada de forma disfuncional? Uma pessoa ansiosa pode apresentar sintomas como: tensão corporal, palpitações, enjoos, um aumento dos batimentos cardíacos, respiração superficial e muitas vezes sentimentos intoleráveis de medo e agitação na ausência de qualquer ameaça real. Tudo isso também é, muitas vezes, acompanhado ou provocado por pensamentos ou crenças atemorizantes, dentre outros sintomas a depender de cada caso. Além disso, avalia-se a intensidade e frequência que os sintomas ocorrem, duração e a interferência no desempenho nas dimensões da vida da pessoa, como o desempenho social e profissional.
Quando os prejuízos surgem na sua vida em decorrência da ansiedade, é momento de buscar ajuda especializada. O tratamento para ansiedade é feito de acordo com a intensidade dos sintomas e as necessidades de cada pessoa. É importante descobrir se essa ansiedade é um estado crônico ou remonta a uma época específica. Lembrar que o ataque de ansiedade pode estar conectado à causa orgânica ou médica e até mesmo à dieta alimentar. Em virtude dessa dimensão multifatorial é recomendado um tratamento interdisciplinar. Envolve a realização de psicoterapia e acompanhamento pelo médico psiquiatra que irá avaliar a necessidade de uso de medicamentos, como antidepressivos ou ansiolíticos, que atuam para reduzir os sintomas.
No processo psicoterapêutico, o psicólogo(a) e o cliente irão trabalhar na compreensão da dinâmica estabelecida entre o cliente, os fatores ambientais e os recursos disponíveis a fim de ampliar consciência sobre a experiência vivida, encontrando novas formas de enfrentamento que favoreçam a eliminação desses sintomas disfuncionais.
O psicoterapeuta precisa pensar com o seu cliente sobre o significado de suas experiências e as implicações disso para o tratamento, buscando distinguir dentre os vários tipos de queixas de ansiedade. Algumas queixas são parte de um ciclo, outras estão relacionadas com estresse ou traumas, que podem ser atuais ou passados. Algumas podem não ter uma causa óbvia e são normalmente reforçadas por subsequentes pensamentos negativos persistentes.
Embora o cliente possa relatar que sua ansiedade tenha um foco específico, normalmente, o foco aparente é apenas a ponta de uma questão mais profunda que vai emergir na psicoterapia. É necessário ouvir atentamente o cliente. Estar presente. E compreender quais os sentidos que estão por trás dos sintomas da ansiedade.
Então, se você percebe que está sentindo ansiedade de forma disfuncional, procure uma avaliação especializada. Quando os sintomas são identificados e tratados, o impacto do transtorno de ansiedade pode ser consideravelmente reduzido. E você encontrará novas formas de enfrentamento para que sua relação com a ansiedade seja apenas aquele “friozinho na barriga” da ansiedade normal.
