Tratamento para depressão

Provavelmente você já se deparou com a famosa frase: a depressão é considerada o “mal do século’’. Possivelmente, também já teve contato com dados estatísticos como os que afirmam que cerca de 11,5 milhões de pessoas no Brasil sofrem com a depressão e que a estimativa da OMS é que o número de casos no mundo aumente nos próximos anos. De fato, todas essas afirmações são verdadeiras. Diante disso, é possível que você se questione sobre o que pode causar depressão e como acontece o tratamento.

A depressão tem causas multifatoriais relacionadas a questões da história individual, dos acontecimentos do dia a dia e a fatores biológicos.  Existem alguns fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da depressão. 

  • Histórico familiar
  • Transtornos psiquiátricos correlatos
  • Estresse crônico
  • Ansiedade crônica
  • Disfunções hormonais
  • Excesso de peso
  • Sedentarismo e dieta desregrada
  • Vícios (cigarro, álcool e drogas ilícitas)
  • Uso excessivo de internet e redes sociais
  • Traumas físicos ou psicológicos
  • Pancadas na cabeça
  • Problemas cardíacos
  • Separação conjugal
  • Enxaqueca crônica

É muito importante entender o que é depressão, e saber sobre as principais formas de enfrentamento da doença.

Inicialmente, é preciso esclarecer que um episódio de depressão aguda e tristeza não são a mesma coisa. O transtorno depressivo é um distúrbio de humor que afeta como uma pessoa pensa, sente e se comporta. É algo mais complexo.  

De acordo com DSM-5 (O manual científico que auxilia no diagnóstico de doenças emocionais), além do estado deprimido (sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias) e da anedonia (interesse e prazer diminuídos para realizar a maioria das atividades) são sintomas da depressão:

  • Alteração de peso (perda ou ganho de peso não intencional);
  • Distúrbio de sono (insônia ou sonolência excessiva praticamente diárias);
  • Problemas psicomotores (agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias);
  • Fadiga ou perda de energia constante;
  • Culpa excessiva (sentimento permanente de culpa e inutilidade);
  • Dificuldade de concentração (habilidade diminuída para pensar ou concentrar-se);
  • Ideias suicidas (pensamentos recorrentes de suicídio ou morte);
  • Baixa autoestima,
  • Alteração da libido.

Outras condições médicas (por exemplo, problemas de tireóide, um tumor cerebral ou deficiência de vitamina) podem apresentar sintomas similares aos da depressão.  Por isso é importante descartar causas médicas gerais. Está presente na literatura médica e científica mundial que a depressão também incita alterações fisiológicas no corpo, sendo porta de entrada para outras doenças. Pessoas acometidas por depressão podem, além da sensação de infelicidade crônica e prostração, apresentar baixas no sistema de imunidade e maiores episódios de problemas inflamatórios e infecciosos. A depressão, dependendo da gravidade, pode desencadear, também, doenças cardiodasculares, como infarto, AVC e hipertensão.

Dessa forma, uma avaliação adequada é crucial para o tratamento eficaz. Então, como é realizado o tratamento dos Transtornos Depressivos?

A concepção mais atual é de que se faz necessária uma visão integrada dos pacientes com quadros depressivos. A atuação de especialistas em saúde mental contribui para uma análise que irá considerar as causas multifatoriais da temática, observando a dinâmica entre os fatores orgânicos, fisiológicos, hormonais, psicológicos e sociais. O acompanhamento com médico(a) psiquiatra e com o psicólogo(a) é de fundamental importância para que as atitudes terapêuticas sejam tomadas de acordo com a necessidade de cada caso.

Há estudos na literatura que relatam que quadros depressivos leves apresentam um bom resultado com acompanhamento psicoterápico ou terapia medicamentosa, porém a maioria dos estudos relatam maior eficácia com o tratamento combinado. Já os casos moderados e graves o tratamento multiprofissional é imprescindível.

Contudo, para além dessa classificação em níveis (leve, moderada, grave) outros fatores como, recursos pessoais (autossuporte), histórico de adesão a tratamentos, rede de proteção disponível, fatores estressores situacionais, devem ser considerados na decisão do tratamento. Um acompanhamento interdisciplinar trará um olhar integral e junto ao paciente construirá o plano de tratamento mais adequado para o caso.

Portanto, o tratamento para depressão é possível. Se perceber os sintomas, não deixe de buscar ajuda profissional. Eles são uma evidência de que algo deve ser observado e transformado.

Os sintomas, como tais, não são nossos inimigos, mas nossos amigos; onde há sintomas, há conflito, e conflito indica sempre que as forças da vida, que pugnam pela harmonização e pela felicidade, ainda lutam.

ALDOUS HUXLEY 

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